SEDEST: o reino do silêncio e do abuso

Observando

SEDEST: o reino do silêncio e do abuso
Filas constantes da população no Mercadão Municipal (Divulgação)

Quando a assistência vira opressão, o que era pra cuidar começa a machucar

 

Coluna Aberta – Vozes que incomodam, verdades que não se calam

 

Nesta coluna, ninguém é poupado — nem blindado. Nosso compromisso é com a verdade, com a escuta das ruas e com a transparência que os gestores públicos devem à população. Recebemos denúncias, relatos e reclamações diariamente, vindos de servidores, usuários dos serviços públicos e cidadãos que se recusam a fechar os olhos diante do que está errado.

As informações aqui publicadas são apuradas com seriedade. As fontes, como é de nossa obrigação, são preservadas. Mas os fatos, esses vêm à tona, com clareza e coragem. Sabemos que o incômodo causado por esta coluna tem gerado reações agressivas, tentativas de desqualificação pessoal e até ameaças veladas especialmente dos conhecidos Jagunços Virtuais. Não nos calaremos.

Este espaço é aberto, plural e responsável. Garantimos, de forma incondicional, o direito de resposta a todos os citados, bem como espaço para qualquer explicação que se julgue necessária. Nosso interesse é um só: lançar luz sobre o que muitos querem manter nas sombras.

Se há abusos, que sejam corrigidos. Se há injustiças, que venham à luz. E se há versões diferentes, que sejam ouvidas.

 

Crise na Assistência Social

 

A Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho (SEDEST) está no centro de uma série de denúncias que chegam de forma constante. Os sintomas mais evidentes da prepotência conjugada com o desazo reinante na Secretaria, estão no crônico problemas das pessoas em situação de rua que se agravam a cada dia, além da polêmica prisão do psicólogo Cléber ainda não explicada, até o descaso com estruturas físicas e relações de trabalho, o que se vê é um cenário de crise silenciosa e institucionalizada. Este espaço está aberto ao contraditório, mas também comprometido com a verdade — mesmo quando ela incomoda os que preferem o silêncio ao enfrentamento dos fatos.

 

Crianças em Risco e Estrutura Abandonada

 

Graves problemas estão sendo registrados no abrigo municipal destinado às crianças. Há relatos preocupantes envolvendo o estado emocional e físico dos menores acolhidos com denúncias que precisam ser apuradas de que existem castigos e envio para medidas socioeducativas cuja responsabilidade é da Vara da Infância e da Juventude. A isso somam-se o muro do Centro Pop, que segue sem solução há meses, e o prédio do CRAS Coimbras, totalmente depredado, escancarando o abandono da política pública voltada aos mais vulneráveis.

 

Assédio, Retaliação e Autoritarismo

 

O clima dentro da SEDEST tem sido descrito como opressor. Gestores são acusados de agir com arrogância, especialmente contra servidores de níveis mais baixos, impondo castigos velados a quem ousa questionar decisões. Um dos relatos mais revoltantes aponta que servidoras que expressam discordância com a direção são transferidas para o abrigo, onde são obrigadas a lavar roupas na mão. Há também casos de servidores com deficiência física sendo obrigados a realizar abordagens de rua, atividade completamente incompatível com suas limitações.

 

Fuga de Servidores

 

O ambiente tóxico tem provocado uma onda silenciosa de demissões. São diversos os pedidos de exoneração motivados exclusivamente pelo desgaste no relacionamento com as chefias. O serviço público perde profissionais qualificados enquanto reina o autoritarismo, o medo e a falta de diálogo.

 

Consultora de Luxo e o Jeitinho para Fugir do Concurso

 

Outra denúncia grave diz respeito à contratação, por inexigibilidade de licitação, de uma consultora para ministrar cursos,  que há dois anos atua dentro da SEDEST. O contrato, renovado sucessivas vezes, já ultrapassou os R$ 200 mil. A profissional, que veio de fora, tornou-se uma espécie de escudo para a gestão: é ela quem toma decisões, permitindo à secretária e ao alto comando evitar desgastes. Mais grave ainda: a empresa dela parece não ter autorização do Ministério da Educação para emitir certificados, o que compromete a validade dos cursos ministrados.

 

Conselhos Municipais Manipulados e Tutelar Abandonado

 

Por fim, há denúncias sérias de manipulação dos Conselhos Municipais, com clara tentativa de controle político sobre órgãos que deveriam ser autônomos. O afastamento e relacionamento ruim da secretária em relação ao Conselho Tutelar também tem prejudicado profundamente as ações de proteção às crianças e adolescentes, enfraquecendo e até mesmo anulando um dos principais instrumentos de defesa da infância.