Espelho Mágico

Observando

Espelho Mágico
CAF Transportes não cumpre contrato: não construiu nem um ponto de ônibus na cidade (Divulgação)

Em Passos, quem deveria fiscalizar se rende, quem deveria governar desaparece, e quem sofre é sempre o povo.

 

Espelho Mágico: a vaidade custa caro ao povo de Passos

 

No palco do poder, o prefeito Diego Rodrigo de Oliveira montou um verdadeiro reality show. Com a imagem polida por filtros de Instagram e contratos milionários de publicidade sem licitação, ele tenta vender a ilusão de um gestor moderno, eficiente e popular. Mas o espelho começa a trincar — e por trás da maquiagem, o que se vê é uma cidade abandonada, com serviços públicos em colapso, servidores escolhidos por laços familiares com figurões e vereadores cooptados à base de cargos, contratos e favores.

 

A prefeitura virou um camarim: o show não pode parar

 

Reeleito com o discurso de "grande gestor", Diego usou a máquina pública como trampolim político e estúdio de gravações. Nos bastidores, já se articula para renunciar ao cargo antes de completar dois anos de mandato e disputar uma vaga de deputado. Para isso, precisou transformar a administração municipal num espetáculo permanente — com direito a encenações, repetecos, cortes estratégicos e muitos takes para as redes sociais.

 

Câmara submissa: bastou um Pix político

 

Em seu primeiro mandato, o prefeito elegeu apenas um vereador. Mas bastaram algumas canetadas, dezenas de cargos comissionados e um punhado de contratos para montar sua base. Em pouco tempo, já eram sete os vereadores domesticados, inclusive os do PSD — apelidado carinhosamente de Partido da Sustentação da Ditadura. Para os demais, favores obscuros e até isenção de IPTU próxima a R$ 100 mil ajudaram a calar a oposição. Hoje, com a reeleição, Diego governa com o legislativo ajoelhado e apoio de todos os vereadores.

 

Terceirizações turbinadas: o buffet de luxo dos cabos eleitorais

 

Com os cargos comissionados já lotados, a saída foi multiplicar os contratos terceirizados. O que deveria ser exceção virou regra: contratos duplicados, inchaço da folha e  cabides de emprego para aliados e cabos eleitorais. Em quatro anos, os gastos com terceirizações quase dobraram — tudo isso enquanto a população segue esperando na fila do postinho ou no ponto de ônibus.

 

Imprensa amestrada: perguntas difíceis? Nem pensar

 

Diego montou uma rede de proteção com rádios e web TVs que recebem repasses sob a rubrica da “publicidade institucional”. Sem licitação, via “credenciamento”, o esquema permite distribuir milhões a veículos de imprensa que se comprometem com uma única pauta: bajular o prefeito. Não há espaço para perguntas difíceis. O microfone é exclusivo para a encenação oficial, enquanto vozes críticas são censuradas ou ridicularizadas por "influenciadores" cooptados — a famosa “Esgotosfera” do cargo comissionado.

 

Parentes & Parceiros S/A: a gestão em família

 

Como revelou um ex-secretário do próprio governo, os cargos estratégicos da prefeitura foram entregues a parentes, cunhados e agregados de pessoas que deveriam fiscalizar o Executivo. A troca é simples e silenciosa: salário em troca de lealdade. A cidade virou propriedade privada de um pequeno clube de amigos, onde a meritocracia foi substituída por laços de sangue e alianças de conveniência.

 

Obras paradas, serviços colapsados e o caos urbano

 

Enquanto o prefeito desfila sorridente como se governasse Zurique, a cidade afunda em problemas reais. Obras como o tão propagandeado Hospital Veterinário estão paradas ou incompletas, apesar de muitas verbas já estarem disponíveis em conta. O transporte coletivo é ineficiente, a coleta de lixo entra em colapso rotineiramente e a epidemia de dengue expõe o fracasso das prioridades. Nem a água chega com regularidade. Falta governo.

 

Crise na saúde: a ferida mais exposta

 

A saúde pública de Passos atravessa sua pior fase. As UBSs não conseguem atender com dignidade, a UPA está lotada e desorganizada, e cirurgias ou exames demoram anos. Os recursos parecem mal aplicados, os servidores sobrecarregados e a população sem qualquer esperança. Estamos agora investigando uma rede de igrejinhas, especializada em abusos contra funcionários na saúde que provoca até demissões de terceirizados, segundo fatos apurados no Bairro Coimbras. Acontecem coisas dignas de penitenciárias de filmes americanos Enquanto isso, a propaganda vende outra realidade — e o prefeito age como se tudo fosse culpa dos outros. Está faltando agora colocar culpa no gestor anterior que era ele próprio. Mas coragem de fazer isso, vamos reconhecer, ele tem de sobra!

 

Vídeos-bomba: a podridão por dentro

 

Os bastidores do poder vieram à tona com vídeos estarrecedores de dois ex-secretários de confiança do prefeito. As falas revelam um ambiente de desorganização, ingerência política, favorecimentos indevidos e suspeitas sobre loteamentos irregulares que lembram os escândalos já vistos em Guapé. A gravidade das denúncias dispensa interpretações — elas vieram de dentro. E o mínimo que se espera é uma resposta séria, madura e transparente. O discurso de “fake news” e a covardia do silêncio tumular,  já não convence.

 

Meias respostas de meio prefeito

 

Diante das denúncias, o prefeito preferiu o silêncio arrogante ao enfrentamento dos fatos. Agora a cidade toda comenta a ausência do Prefeito nos expedientes da Prefeitura. Ninguém sabe, ninguém viu, mas ele mesmo não se aveche de publicar visitas a cidades da região em busca de apoio a sua candidatura a deputado.  Seja por interesse pessoais ou soberba, Passos já entendeu: está sendo governada por meio prefeito que vai governar meio mandato.

 

Mais uma vez, cuidado, candidato!

 

Candidatos de primeira viagem, na ânsia de parecer simpáticos e descolados, acabam tropeçando na própria língua — e nos próprios apoios. Um episódio bastante comentado foi o de um novato que, em visita a um prefeito, resolveu impressionar com histórias do passado. Diante do anfitrião e de sua esposa, disparou:
Quando eu era mais novo, passava o rodo! Pegava geral, porque eu era muito bonito!

O prefeito ouviu em silêncio, mas assim que a visita terminou, soltou a sentença aos aliados mais próximos:
Esse aí tá fora. Se não respeita nem a própria mulher, deveria ao menos respeitar a minha. E ainda tem a cara de pau de dizer que era bonito… Aquilo ali nunca foi nem bonitinho. No máximo, um trambolho com autoestima demais.

 

O povo não aceita mais ilusão

 

Prefeito Diego, o tempo das desculpas acabou. O povo de Passos não quer mais maquiagem, filtro ou influenciadores pagos para mentir. Quer respeito, obras entregues, saúde que funcione, respostas claras e uma cidade governada com seriedade. Não há mais espaço para truques — o espelho mágico já não reflete a ilusão.