Psicólogo preso pela GCM na Prefeitura é libertado pela Justiça de Passos

O titular da 1ª Vara Criminal, de Precatórias Criminais e de Execução Penal da Comarca de Passos, juiz Ademir Bernardes de Araújo Filho, concedeu, na tarde desta sexta-feira, 23, a liberdade e expediu o alvará de soltura do psicólogo Cléber Eurípedes, preso pela Guarda Civil Municipal (GCM) dentro da Prefeitura de Passos na quinta-feira.

A prisão, realizada com uso de força física e sob resistência, sem mandado judicial, foi registrada em vídeos gravados por servidores comissionados, que compartilharam nas redes sociais a humilhação pública sofrida pelo cidadão.

Cléber vem denunciando, há meses, graves irregularidades na saúde pública municipal. Em vídeos já divulgados, ele afirma ter sofrido ameaças de integrantes da própria Prefeitura e que procurou o Ministério Público de Passos, mas suas denúncias não foram acolhidas, colocando sob suspeita a atuação do órgão. Ele também recorreu à Câmara Municipal, onde o assunto está sendo debatido em uma das comissões da Casa.

O confronto envolve, especialmente, Rosely de Melo Grillo, secretária municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Renda, que, por meio de nota, afirmou ser vítima de “uma campanha de difamação e perseguição promovida contra mim e outros componentes da Sedest desde outubro de 2024, que já está sob análise do Poder Judiciário, inclusive com a expedição de uma decisão judicial que estabelece medidas cautelares em nossa proteção”.

Na quinta-feira, o ex-servidor compareceu a uma reunião na administração municipal acompanhado de uma menor em situação de acolhimento institucional que havia abandonado a instituição. Em nota, a secretária declarou: “Tomamos conhecimento de que a referida adolescente foi encontrada na companhia do ex-servidor da pasta, que vem promovendo essa campanha difamatória. Por obrigação legal, como guardiã, fui em busca da menor para garantir sua proteção e segurança, o que resultou nos fatos da prisão”.

A iniciativa da secretária de se aproximar do ex-servidor foi mencionada na decisão do juiz: “É importante anotar que não há elementos que indiquem o descumprimento de medidas cautelares anteriormente fixadas, uma vez que a beneficiária dessas medidas teria se dirigido ao local onde o autuado se encontrava. Assim, o presente feito trata unicamente da possível desobediência aos agentes públicos da Guarda Municipal”.

Em sua nota, a secretária agradeceu à Guarda Municipal “por seus dirigentes e componentes, que agiram com profissionalismo e respeito”, ao prefeito Diego Oliveira e aos demais secretários pelo apoio e suporte.

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