Prefeito Bom de Palco, Péssimo de Prefeitura

Observando

Prefeito Bom de Palco, Péssimo de Prefeitura

A crise é real, mas o marketing faz parecer tudo sob controle.

 

A Política do “Tapume Bonito”

 

Em Passos, planejamento de longo prazo é piada de mau gosto. A lógica reinante é a da moldura: cria-se uma embalagem chamativa, com placas coloridas, fita de inauguração e uma selfie no capacete. O conteúdo? Irrelevante. Se a obra serve, termina ou funciona, não importa. O que importa é o clique — a postagem de redes sociais que vai fingir uma eficiência que nunca existiu. E assim seguimos: remendando ruas, maquiando buracos, anunciando projetos que não saem do papel, mas rendem ótimos stories (que tal lembrar da prometida canalização do córrego Palmares, no bairro do prefeito?). É o velho chavão da “cidade do futuro”, mas com os pés atolados no barro da incompetência.

 

A Obra Parada como Estratégia de Campanha

 

Obra parada deixou de ser vergonha para virar ativo político. Quanto mais tempo a construção se arrasta, mais oportunidades de "reinauguração" aparecem. Já vimos escolas e postos de saúde que foram lançados, relançados, retomados e até repaginados antes de sequer funcionarem. A bola da vez agora é o Hospital Veterinário (foto), cuja obra foi iniciada mas foi interrompida e está parada há quase 6 meses! A população sofre com a ausência do serviço, mas o marketing agradece: fotos de antes, durante e “quase pronto” garantem material para pelo menos duas campanhas eleitorais. Afinal, pra que entregar, se dá pra enrolar com glamour?

 

Saúde em Estado Terminal

 

O sistema de saúde em Passos virou sinônimo de desespero. Enquanto o povo espera por consultas, exames, cirurgias e remédios, a Prefeitura empurra com a barriga e finge normalidade. Doença grave? Espera. Cirurgia simples? Espera. Remédio controlado? Espera. O drama atinge todos os setores.

E enquanto isso, o que faz o Prefeito? Grava vídeos, solta bordões, e segue ignorando a tragédia que seu governo ajudou a construir. A Saúde de Passos não está apenas em crise — está em coma induzido por má gestão crônica, mas para alugar imóvel de parente dos gestores eles são muito competentes, e deixam reinar o mais absoluto silêncio a respeito.

 

Assessores sem Noção: A Farra do Apadrinhamento

 

Não é que falte gente capacitada — é que ela nunca é escolhida. A prioridade continua sendo o velho e carcomido apadrinhamento político. Em Passos, o critério de escolha para cargos técnicos é simples: ter servido ao candidato durante a campanha, ser amigo de alguém do gabinete ou, no mínimo, ter tirado uma selfie com o chefe no palanque. Tem também a véia do facebook e do Porta voz clandestino que adoram empregar sua prole e até a sí próprios. Resultado? Assessores patetas que não sabem o que é uma Nota de Empenho e vivem aplaudindo absurdos que se tornam elefantes (literalmente) em loja de louça. Passos virou um laboratório de amadores com crachá.

 

Recursos Existem. Só Falta Saber Usar.

 

Antigamente, a desculpa era a falta de dinheiro. Hoje, recursos existem — especialmente com as emendas parlamentares e programas federais. Mas adivinha? Alguns desses recursos são devolvidos por pura incompetência técnica ou burocrática. As Prefeituras, incluindo Passos, não conseguem sequer cumprir prazos ou montar projetos com qualidade. Devolvem dinheiro como quem devolve produto com defeito. Só que o prejuízo é da população. É como ganhar na loteria e esquecer de buscar o prêmio.

 

A Farsa da Gestão Moderna

 

O prefeito municipal prometeu romper com a política fisiológica, mas o que se viu foi a sua profissionalização. Os mesmos vícios de sempre foram mantidos: troca de favores, loteamento de cargos e blindagem de incompetentes. A propaganda é moderna, os vídeos também, mas a gestão é a mesma de sempre — só que mais cara e pior. Se gestão moderna fosse só publicar bordões motivacionais, Passos já estaria em Dubai. Mas como exige competência, estamos onde estamos: afundando.

 

#vamuprariba… Mas pra onde?

 

Encerramos com o bordão que virou piada de mau gosto. Enquanto faltam remédios, sobram hashtags. Enquanto o povo clama por atendimento, o prefeito canta #vamuprariba como se isso resolvesse o drama de milhares de famílias. A ironia é inevitável: subir pra onde, se a gestão desceu tanto? Que moral tem uma prefeitura que deixa a cidade doente e ainda acha que um slogan resolve? A verdade é que só vamos “pra riba” quando a população de Passos perceber que está sendo vítima do improviso, da politicagem e da propaganda vazia.