Episódio de 'Raízes de Passos' resume a vida de Liquinha Silveira

O segundo episódio do projeto ‘Raízes de Passos: preservando memórias e histórias’, foi lançado nesta terça-feira, dia 25, na rede social Instagram e Tik Tok pelo Instituto Motirõ de Passos. Depois do personagem Zé da Beca, agora o personagem da vez é Dona Liquinha da Silveira, sugerida por Betânia da Silva Marques e Márcio Francisco de Carvalho, idealizadores do propósito cultural através do Instituto Motirõ.

Maria das Dores da Silveira, também carinhosamente conhecida como a ‘Mãe do Bairro Penha’, é a protagonista do clipe, que tem Betânia como narradora dos fatos, mostrando que Dona Liquinha era desprendida de posses e de bens materiais, dividindo com os mais necessitados aquilo que possuía. Aos 37 anos, ficou viúva e criou seus sete filhos sozinha.

Em uma época em que as mulheres tinham pouca voz, a Dona Liquinha estava à frente de seu tempo exercendo grande influência política devido a sua personalidade caridosa, simples e meiga, ao mesmo tempo, combinada de uma personalidade firme e muito bem posicionada. “Tratava todas as pessoas muito bem, desde as pessoas em situação de rua e carentes que frequentavam a sua casa assiduamente, até os políticos e fazendeiros que a procuravam em busca de apoio político”, narra Betânia.

Maria das Dores da Silveira, nasceu em 12 de outubro de 1899. Sempre desprendida do que pertencia a ela, facilmente era dividida com os necessitados e tida como a grande mãe do bairro da Penha. Liquinha, que dá o nove em uma das mais importantes avenidas de Passos, teve sete filhos: Guiomar, Antônio, Josué, Maria José, Cassiano, Salém e Salmo.

Quando ficou viúva, o filho mais novo tinha apenas seis meses de idade. Desde então, criou os demais sozinha. Foi uma mulher à frente do seu tempo, lembrada por sua personalidade doce, simples e caridosa, com uma postura firme e bem posicionada.

Betânia conta no clipe que, “ela exerceu influência política em um tempo que política não era para mulheres. Seu legado nada tem a ver com posses, mas sim com sua forma de tratar desde os mendigos, que eram frequentadores assíduos de sua casa, até os fazendeiros e políticos importantes que lhe pediam apoio, sem fazer distinção”

Seus cabelos longos, que chegaram a tocar o chão, foram motivados por uma promessa. Era mulher de muita fé, emanava um carisma e um magnetismo, que ainda hoje é relatado por quem a conheceu. Faleceu aos 75 anos em 18 de março de 1975.

OBJETIVO

“Buscamos preservar a identidade comunitária e fomentar o senso de pertencimento da população. Também esperamos criar recursos educativos, promovendo um elo entre as novas gerações e a história do município de Passos. O projeto é uma iniciativa que busca investigar, preservar e divulgar a história da comunidade passense. É importante valorizar a identidade local, promover a educação histórica e aproximar as pessoas de suas raízes culturais e sociais”, ressaltou Márcio.

 Liquinha Silveira fez promessa de deixar os cabelos alongarem até seus pés (Arquivo)