Trastuzumabe, fundamental no tratamento do câncer, está em falta na região

Em Passos existem 79 pacientes que necessitam de tratamento contínuo do medicamento

Trastuzumabe, fundamental no tratamento do câncer, está em falta na região
Falta de medicamento fornecido pelo SUS preocupa pacientes que tratam câncer de mama no Sul de MG (Reprodução)

Pacientes do Sul de Minas estão preocupadas com a falta de medicamento usado no tratamento contra o câncer de mama. Até o momento, Minas Gerais recebeu apenas 25% da quantidade prevista para este trimestre. Em Varginha, ainda há estoque da medicação, mas existe o risco de acabar caso novas remessas não sejam recebidas. Em Passos, o Hospital Regional do Câncer, unidade oncológica da Santa Casa de Misericórdia de Passos, há preocupação crescente que tem afetado o tratamento de pacientes que dependem do medicamento Trastuzumabe no combate ao câncer de mama. A instituição tem enfrentado sérias dificuldades devido à falta de fornecimento do medicamento vital para seus pacientes.

 

Em Passos, o Hospital Regional do Câncer atualmente atende 79 pacientes que necessitam de tratamento contínuo com o Trastuzumabe 150 mg. Este medicamento, essencial no enfrentamento do câncer de mama, é fornecido pelo Ministério da Saúde por meio das Secretarias de Saúde do Estado. Contudo, desde julho deste ano, a instituição tem cobrado repetidamente a Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre a deficiência no fornecimento do medicamento.

 

No dia 10 de julho, o Hospital solicitou 220 frascos de Trastuzumabe para o tratamento de 69 pacientes que já estavam em tratamento contínuo com a medicação. No entanto, apenas 84 frascos foram liberados pela Secretaria Estadual de Saúde, uma quantidade insuficiente para atender a todos os pacientes que dependem desse tratamento essencial. Posteriormente, em 09 de agosto, o Hospital fez uma nova solicitação, desta vez para 300 frascos, mas nenhuma quantidade do medicamento foi liberada.

 

No decorrer do mês de agosto e início setembro de 2023 houve a indicação de outros 10 pacientes, totalizando 79 pacientes que dependem do Trastuzumabe, seja para manter seus tratamentos em andamento ou para o início casos novos. Essa situação coloca em evidência a urgente necessidade de uma solução para garantir o fornecimento constante e adequado desse medicamento fundamental para o enfrentamento contra o câncer de mama.

 

Como medida para evitar a interrupção do tratamento de pacientes que já haviam iniciado o uso do Trastuzumabe, a Santa Casa assumiu os custos. A instituição desembolsou a quantia significativa de R$ 330.995,80 para adquirir 228 frascos, os quais foram utilizados para garantir que os pacientes continuem a receber o tratamento. Neste momento a instituição aguarda a restituição da medicação.

 

MINISTÉRIO

 

O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que um pedido de antecipação da próxima entrega já foi feito ao laboratório, que está atento ao cumprimento dos prazos contratuais e ao cronograma de abastecimento de medicamentos e que irá repassar as doses que faltam a Minas Gerais no prazo.

 

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclareceu que sobre alguns medicamentos oncológicos, como o caso do Trastuzumabe, o Ministério da Saúde assumiu a aquisição centralizada e distribui esse item trimestralmente aos estados, e que a SES faz apenas a logística de distribuição.