População de Bom Jesus faz manifestação durante reconstituição de crime

Polícia encontra marcas de sangue em roupas de marido suspeito de matar professora e simular suicídio em MG

População de Bom Jesus faz manifestação durante reconstituição de crime
Munidas de cartazes, pessoas protestaram contra o feminicídio e pediram Justiça (Divulgação)

A Polícia Civil encontrou marcas de sangue nas roupas do marido da professora de educação infantil Leidiane Cristina Germano Reis, 31 anos, encontrada morta na semana passada em Bom Jesus da Penha (MG). O caso, que a princípio entrou para a polícia como suicídio, é investigado agora como homicídio e o marido é o principal suspeito. Mais testemunhas estão sendo ouvidas sobre o caso.

 

Nesta terça-feira, a Polícia Civil fez a reconstituição do crime durante o dia e os trabalhos de investigação continuaram ao longo da noite na casa da vítima. Durante os trabalhos da Polícia, a população da cidade fez uma manifestação de protesto exigindo justiça

 

Durante esta inspeção, o delegado responsável pelo caso, Manoel Nora, utilizou luminol. Com esta substância foi possível identificar sangue na roupa do marido de Leidiane, além de uma marca de mão. A suspeita é que esta digital seja da vítima. A polícia informou que continua investigando.

 

Caso era tratado como suicídio

No boletim de ocorrência, em um primeiro momento, o caso havia sido tratado como suicídio, pois ela foi encontrada na quinta de casa com uma corda presa ao pescoço. No dia do crime, o marido chamou o cunhado e a sogra pedindo ajuda.

 

Leidiane ainda estava com vida e deu entrada no hospital da cidade na última quinta-feira (17) levada pelo marido e um irmão, com parada respiratória. Ela foi reanimada e entubada, mas não resistiu e faleceu.

 

No entanto, após o corpo ter sido liberado para a funerária para enterro, uma ligação anônima ao hospital informou que a morte poderia ter sido criminosa, pois ela seria vítima de violências do marido.

 

Os médicos então reavaliaram o corpo e os hematomas, encontrando lesões no pescoço, arranhões nas mãos e no peitoral, além de marcas roxas em volta dos olhos.

 

O agente funerário também confirmou que encontrou fraturas no crânio da mulher. O corpo, então, foi enviado para o IML de Guaxupé para uma nova autópsia.

 

Marido disse que matou por ciúmes

A Polícia Civil abriu inquérito e as investigações chegaram até o marido da vítima. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Nova Resende, onde, segundo a polícia, prestou depoimento e confessou que matou a esposa.

 

A justificativa, conforme a Polícia Civil, foi de que ele não aceitava o fim do relacionamento. Ele disse, ainda, que tinha ciúmes dos homens que trabalhavam com ela, que era monitora de educação infantil. A prefeitura emitiu nota de pesar, lamentando a morte.

 

O suspeito deve responder por feminicídio com outros agravantes. Já a professora deixa um filho de 7 anos e uma menina de 2, que, inclusive, ainda estava sendo amamentada.

 

O corpo da vítima foi sepultado na noite de sexta-feira (18), no cemitério de Bom Jesus da Penha. O marido dela foi enviado para o presídio em Guaranésia.