Criação & bilhão

Bloco de Moda

Criação & bilhão
Desfile Tom Ford em NY (Reprodução)

Uma das notícias mais importantes da moda, na semana passada, em nível mundial, foi a confirmação da venda da marca americana Tom Ford – levada pela gigante dos cosméticos Estée Lauder, por 2,3 bilhões de dólares. O número pode assustar aos que não estão acostumados com o tamanho do negócio fashion, mas basta citar que o volume de vendas da Chanel, por ano, gira em torno de 10 bilhões de euros.

Essa montanha de dinheiro quer dizer que o negócio de moda virou coisa de gente grande, digo, de grandes investidores. E, como tal, eles querem também o retorno do dinheiro investido e, assim, as vendas tem que acontecer de qualquer forma. Resumindo: alcançar bons lucros.

E é justamente esse conceito, originário do mercado de capitais aplicado na moda, que está fazendo com que muitos criadores vendam suas empresas ou simplesmente se rebelem contra o lançamento sucessivo de coleções, praticamente mensais. Impossível criar tanto assim.

A decisão do estilista texano de vender sua marca, parece baseada nisso. Ele quer se dedicar à criação, inclusive no cinema – onde é diretor reconhecido. Outro caso emblemático é do francês Jean-Paul  Gaultier, que passou a dedicar-se somente aos lançamentos de alta-costura. Traduzindo, tudo isso quer dizer que uma fresta para a criação se abre, trazendo ventos da criatividade para a moda resgatar sua vocação natural – que é criar para ganhar e não faturar para criar.

 

VAIVÉM

O inicio do mês de novembro transformou São Paulo em uma pequena Minas Fashion. A saber: começou com o belo desfile da Charth, na Bienal, com muita roupa bonita. Depois, foi ao ar o desfile da Nexlevel, que teve iluminação incrível, música idem e  roupas da Iorane Rabello – com  o filho dela, Gustavo Rabello, recebendo a turma. E, para fechar com chave de ouro, o estilista Eduardo Amarante realizou desfile no mall JK Iguatemi com sua grife de moda-festa -  mostrando o inverno 2023. A platéia aplaudiu de pé.  

 

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Já nesta segunda quinzena de novembro, acontece a São Paulo Fashion Week  (edição 54) com 48 desfiles, sendo 43 presenciais e 5 digitais, no hub criado no Komplexo Tempo - com duas salas de desfile, área de exposições, lounges, e uma sala especialmente montada no Shopping Iguatemi. Haverá, também, passarelas em locais externos, que vão ocupar alguns locais conhecidos da cidade. Mas a grande novidade é que os desfiles, agora, terão ingressos pagos  (antes, era só para convidados) variando entre 100 reais e 1.400 reais. Traduzindo: além de mostrar moda,  o evento virou entretenimento pop. Uau!

 

PONTO FINAL

E, como estamos  no assunto ‘semana paulista’, vale dizer que os salões de negócios realizados ali até semana passada (como o Contemporâneo, Casamoda &outros), foram absoluto sucesso. Os expositores venderam bem e os compradores saíram de todos os estados brasileiros para garantir suas coleções de inverno 2023. Os pedidos serão entregues a partir de fevereiro. Algumas grifes mineiras participaram – com o sucesso de sempre. Amém!