Conselho quer auditoria e destituição de administradores da Casmil
O novo conselho fiscal eleito no mês passado faz a convocação para uma assembleia extraordinária
O novo conselho fiscal da Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro, a Casmil, está convocando os associados para uma assembleia geral extraordinária para o dia 31 de outubro, domingo. E a pauta da assembleia é pesada, a começar pela definição de quem pode ou não pode votar – no relatório do quadro social de 2020, o número de associados era de 2.182 filiados e, na mais recente, estavam aptos apenas 162.
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O conselho também vai pedir para a assembleia a autorização para contratar uma auditoria externa para levantamento de dados da gestão da atual diretoria. Na mais recente assembleia dos associados as contas apresentadas foram rejeitadas.
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Os presentes vão votar, ainda, a destituição do conselho de administração e o impedimento para que eles participem de eleição para qualquer cargo do conselho da Casmil pelo prazo de dois mandatos.
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Também na pauta, a redução provisória dos salários dos cargos da diretoria executiva. A proposta é de 6 salários mínimos com os devidos descontos para o cargo de diretor presidente e o de 4 salários mínimos para o vice – atualmente esses valores estariam por volta de 50 salários mínimos – o que não foi oficialmente divulgado pela diretoria. Por fim, querem definir uma data para uma nova assembleia geral para a eleição do novo conselho de administração.
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Além dos questionamentos dos associados, os atuais dirigentes da Cooperativa estão sendo investigados num inquérito policial para suspeitas de fraudes financeiras. O delegado Felipe Capute, que está à frente do IP, revelou que o Banco Central não cumpriu a decisão judicial de liberar o acesso às contas bancárias dos membros da atual diretoria da Casmil, mas solicitou que um juiz ordenasse que o banco envolvido na investigação, o entregasse diretamente toda as informações.
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Mas ao que tudo indica, antes mesmo da realização da Assembleia essa convocação - e toda a questão - poderá ser judicializada. Até porque já existiria uma ação em curso alegando a nulidade da assembleia anterior que elegeu o novo conselho fiscal. Mas o fato é que já se nota uma reação de parcela do setor rural de Passos contra o descalabro que atingiu a cooperativa que já foi uma potência econômica do município e que chegou onde chegou, em parte, justamente pela omissão de seus associados. Ao que parece, estão acordando diante da possibilidade de terem de arcar com a ameaça de um grande rombo pela frente.