Quando a Vaidade Vira Política de Governo

Observando

Quando a Vaidade Vira Política de Governo

Em vez de administrar para todos, o prefeito reeleito governa como se fosse dono da cidade — premia aliados, persegue adversários e transforma opinião contrária em motivo de demissão.

 

A Passarela da Vergonha Pública”

 

Em Passos, os desfiles quase não acontecem mais na avenida. Eles estão concentrados dentro da prefeitura, onde a passarela é feita de tapetes administrativos e os modelos são assessores políticos com currículo de fidelidade canina e competência duvidosa. O prefeito, reeleito como estilista-mor do cabide, segue premiando os melhores bajuladores com cargos de luxo e zero utilidade. A dúvida é: Será que estão faltando cadeiras para dependurar os paletós?

 

“Claque Show: Aplausos Pagos, Vergonha Grátis”

 

O novo esporte olímpico de Passos é o salto mortal com puxa-saquismo sincronizado. Os escolhidos para os cargos de confiança têm uma única função: bater palmas, de preferência com as duas mãos livres de qualquer currículo técnico. O que era para ser gestão virou teatro de marionetes, onde a única coisa real é a fatura que sobra para o contribuinte. Palmas? Só se for para o povo aguentar tanta cara de pau.

 

“A Ousadia de Quem Acha que é Deus e a Burrice de Quem Esquece que Não é”

 

Dizem que o poder corrompe. Em Passos, ele embriaga, alucina e transforma gestor em profeta do próprio ego. A diferença é que Moisés abriu o mar (foto); aqui, o gestor fecha portas, demite ovelhas e se acha o pastor. Mas toda parábola tem um fim. E, nesse caso, o juízo final pode vir em forma de processo, revolta popular ou – para os mais místicos – um raio bem dado do céu.

 

“A Justiça Tarda, Mas Chega com Tesoura e Memória Eleitoral”

 

A urna pode ter sido gentil na reeleição, mas o povo tem memória. E quando a paciência estoura, não há rede social maquiada que segure o tsunami de revolta. O prefeito pode até contratar mais dez fotógrafos, e já contratou um brucutu miliciano digital, na esperança de mostrar  que tudo vai bem. Mas a verdade é que, enquanto ele faz pose, tem gente sofrendo nas filas da Saúde, correndo risco de vida. Soa como crueldade contratar uma choldra de devassos para glorificar o chefe, enquanto muitos passenses passam pela balbúrdia instalada na Saúde Municipal.  A justiça tarda, mas quando chega, vem de salto alto e sem dó.

 

“Silêncio, que o Prefeito Está Mandando!”

 

Na prefeitura, o novo slogan é “Fale menos, obedeça mais e poste elogios ao chefe”. A regra do jogo é clara: quem pensa diferente vira problema. Quem denuncia vira inimigo. Quem propõe, vira ameaça. E quem obedece ganha uma vaguinha (se tiver QI – Quem Indica). A cidade virou uma mistura de pornochanchada com manual de ditador tupiniqum.

 

 

Nota Final –  O Caminho de Quem Acha que o Povo é Bobo”

 

A reeleição trouxe soberba. A soberba trouxe perseguição. E a perseguição vai trazer – mais cedo ou mais tarde – a condenação, seja nas urnas, seja na justiça, seja no tribunal da moral pública. Porque, por mais que tentem calar a voz do povo, a verdade tem o hábito irritante de vazar. E quando vaza, escorre como enxurrada, levando junto todos os palanques podres do populismo disfarçado.