Popularidade no Atoleiro

Observando

Popularidade no Atoleiro

Dizem que Passos segue as tendências nacionais…. E, nesse ritmo, o Prefeito Doutor Diego está colado no retrovisor do presidente Lula – mas não é pelas boas razões. Após a reeleição consagradora com 88% dos votos, esperava-se pelo menos um esforço proporcional em corresponder às expectativas. Mas o que se vê é um declínio de prestígio tão rápido quanto um caminhão sem freio descendo o Morro do Café.

A cidade inteira comenta: “parece que, depois da vitória, o prefeito desligou o motor e saiu do volante”. As más-línguas dizem que agora ele está no volante de um carro de som de campanha eleitoral para deputado. Outros se convenceram que reeleição é como café requentado. E se a régua da popularidade fosse medida apenas entre os produtores rurais, a faixa de “prefeito menos querido de Minas” já estaria confeccionada – com boas chances de vencer também o campeonato nacional de rejeição rural.

Hoje, o que circula na roça não é colheitadeira, é descontentamento. E o que se planta nos buracos das estradas é revolta. Prefeito, cuidado: o agro é forte, mas a paciência dele não é infinita. O senhor pode até ter vencido nas urnas, mas parece que está perdendo no barro. Literalmente!

 

Sempre lembraremos da Máquina Britadora e o Caso de Polícia Científica

 

Você se lembra da máquina britadora anunciada com toda pompa nas redes sociais da Prefeitura? Tinha vídeo, tinha selfie. Falaram dela como se fosse a redenção das estradas rurais. Pois bem, dois anos se passaram e o equipamento parece ter entrado para o elenco fixo do programa "Lendas Urbanas". Ninguém sabe, ninguém viu. A britadora sumiu como som de patrol em zona rural. Um caso digno de investigação forense – afinal alguém deve fiscalizar o desperdício e os malfeitos com o patrimônio público? Enquanto isso, os produtores enfrentam atoleiros como se fossem episódios de um reality rural patrocinado pela incompetência. O mais grave é que custou caro e nada produziu e ninguém parece se preocupar com isso.

 

Lembremos também da Caminhonete do Xerife.

 

Em tempos de vacas magras, a prioridade da Prefeitura de Passos para a Secretaria de Agricultura não foi uma retroescavadeira, nem um novo trator, nem cascalho. Foi uma moderna e caríssima caminhonete, provavelmente com ar-condicionado, direção elétrica e banco de couro – afinal, era importante garantir o conforto dos que não visitam a zona rural. O cenário é tão surreal que parece coisa de comédia-pastelão: enquanto o Secretário desfilava com estilo, produtores rurais enfrentam buracos que dariam medo em jeep de trilha. E o Xerife? Ainda as más línguas apontam que sumiu da prefeitura mas ainda teria um cargo? Eita povo que inventa! A impressão é que querem transformar a zona rural em cenário de filme de guerra, com crateras estratégicas para dificultar o avanço da produção agrícola.

 

A Seca que Passou e a Chance que Secou

 

Todo ano é a mesma novela: a estiagem chega, o pó levanta e todos sabem que é o momento ideal para manutenção das estradas. Todo mundo sabe – menos a Prefeitura. A oportunidade de ouro para cascalhar, abrir valetas, fazer drenagens e preparar as vias para o período chuvoso foi ignorada com a eficiência de sempre. O resultado é previsível e catastrófico: quando a chuva começa, a lama vira protagonista. Não adianta  fazer novena: sem planejamento, sem prevenção, só resta rezar para o barro não engolir os caminhões que levam a produção. A zona rural vira um parque de diversões trágico, onde o ingresso é a paciência – e o prêmio, o prejuízo.

 

A Troca do Secretário que Não Trocou Nada

 

Trocaram o Secretário. Fizeram suspense, soltaram nota, tiraram foto com o novo nomeado. A comunidade rural até suspirou: "agora vai". Mas o que parecia mudança virou reprise. As estradas continuam as mesmas – ou até piores. Aparentemente, trocaram apenas o crachá, mantendo o mesmo roteiro de imobilismo e falta de ação. A nova gestão na secretaria funciona como um carro atolado: muito barulho no motor, muita gente empurrando, mas ninguém sai do lugar. Dia desses todos viram, depois de uma chuvinha de meia hora, ônibus atolando nas estradas rurais. Fica a dúvida: será que o novo Secretário recebeu as chaves da caminhonete, mas não o mapa das estradas?

 

O Prefeito que Calou os Produtores

 

Nos primeiros tempos de governo, o Prefeito Diego fazia questão de demonstrar que os produtores rurais seriam parceiros estratégicos. Café aqui, reunião ali, muitas conversas, abraços e promessas. Hoje, o diálogo virou miragem. Os mesmos produtores que ajudaram a elegê-lo agora falam com a parede. Nem os que oferecem ajuda técnica gratuita – como o respeitado Dr. José Márcio Silveira – são ouvidos. A arrogância virou política pública. Parece que o gabinete fechou as portas para qualquer ideia que não venha com carimbo de apadrinhado político. Resultado? Quem mais entende do assunto está de fora. E quem não entende, continua dirigindo – de caminhonete, agora sucateada.

 

Quando a Experiência Vira Ameaça

 

Dr. José Márcio Silveira, passense de uma família muito querida na cidade, engenheiro de estrada com currículo invejável – que inclui obras no Brasil inteiro e até no exterior – ofereceu seus conhecimentos para ajudar a estruturar um plano eficiente de manutenção e modernização das estradas rurais de Passos. De graça! A resposta? Silêncio. O crime? Ter competência demais. Em um governo onde a vaidade é mais forte que o bom senso, quem sabe demais vira ameaça. Melhor manter tudo na mesmice, mesmo que isso custe a safra, a logística e o suor dos produtores. Vai que alguém competente resolve fazer dar certo e quebra o feitiço da mediocridade?

 

O Rancho do Ipiranga (E o Exemplo Esquecido)

 

Enquanto os produtores rurais  de estradas ligadas à Prefeitura patinam na lama e padecem no pó, um contraste salta aos olhos: as estradas mantidas pelo Grupo Ipiranga estão impecáveis. Não se trata de mágica, mas de método. Planejamento, manutenção preventiva, respeito ao usuário. O que falta à gestão pública sobra na gestão privada. E isso expõe, com brutal clareza, que não é impossível fazer bem feito – basta vontade política e técnica. Mas a comparação incomoda. Afinal, admitir que a iniciativa privada cuida melhor das estradas que a Prefeitura fere o orgulho de quem governa pelo ego. A lição está ali, no quilômetro cascalhado: basta querer aprender.

 

“Ranço Oposicionista”: O Diagnóstico da Incapacidade

 

Toda crítica feita por quem não integra a corte do poder é logo taxada de “ranço oposicionista”. Quando a Câmara Municipal tinha bons vereadores. o vereador Edmílson Amparado,  desde o início da seca, discursava por ações preventivas nas estradas. Ninguém ouviu. Resultado: as chuvas chegaram e o caos se instalou, com direito a vídeos, queixas, veículos atolados e caminhões presos. Agora parece que tudo se repetirá, afinal, reconhecer o erro seria humildade demais. Mais fácil desqualificar quem alertou. Em Passos, até a verdade depende de filiação política. E a lama, coitada, segue cobrando a conta que a arrogância atrasou, ainda mais agora que os vereadores estão atolados  nas correntes da Prefeitura  e assim não se espera nada deles.

 

Maquiagem Antes da Urna

 

O cronômetro da máquina só funciona quando o relógio da urna apita. A zona rural corre o risco de receber um “banho de loja” eleitoreiro para as eleições de deputado ano que vem – só para posar bonito no santinho de campanha. Mas todo produtor sabe: estrada boa de verdade é aquela feita no tempo certo, com projeto, com técnica, com drenagem e com compromisso. Não adianta fazer maquiagem rural só para tirar foto. A virada que o campo precisa não é a da propaganda: é a da atitude. E essa, até agora, está sumida, junto com o Prefeito em campanha e com a britadora fantasma.