Corrida do Senado por Minas: quem vai sentar na janelinha de Brasília?

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Corrida do Senado por Minas: quem vai sentar na janelinha de Brasília?

A disputa pelas duas vagas mineiras ao Senado em 2026 promete ser mais enrolada que cabo de carregador no bolso. Entre indecisos, rejeitados, sumidos e "eterna-candidata", o cenário político em Minas Gerais amplia as conversas de pé de ouvido, características do político mineiro. Vamos por partes:

 

Viana: Saiu da prefeitura direto pra arquibancada?

 

Carlos Viana, que teve pouquíssimo voto para prefeitura de BH, ainda não decidiu se vai ou não tentar o Senado. Mas pelo menos cumpriu a missão familiar: elegeu o filho Samuel Viana deputado federal. Agora, se vai tentar a sorte outra vez ou preferir curtir o "modus senatus" em casa, ninguém sabe.

 

Pacheco e o agronegócio: amor que virou ranço

 

Rodrigo Pacheco, o outrora todo-poderoso presidente do Senado, hoje enfrenta a resistência da turma da botina e do chapéu. Produtores rurais e setores da direita preferem vê-lo longe, talvez num consulado bem longe de Brasília. Mas como político mineiro é bicho que se esconde no mato e reaparece em época de colheita, tudo é possível.

 

Marcelo Aro: o favorito da máquina, ou da manada?

 

Foi candidato a senador na última eleição, perdendo para Cleitinho, o fenômeno das redes e do voto "manada" e Alexandre Silveira. Agora, Marcelo Aro é Secretário de Governo e homem de confiança de Romeu Zema, que deve colocar o estado inteiro pra trabalhar por ele. Só tem um detalhe: se Zema resolver disputar a vaga, Aro volta a ser cabo eleitoral de luxo.

 

Euclydes quem?

 

Euclydes Peterson, do Republicanos, sonha em herdar o eleitorado de Cleitinho. Espera ser ungido por Hugo Motta, chefão da Câmara, mas antes precisa passar no desafio mais difícil: fazer com que o eleitor médio de Minas saiba quem ele é.

 

PSDB: ressuscita ou enterra de vez?

 

O tucanato mineiro tenta sair do coma profundo com uma federação salvadora. Aécio Neves ainda é nome forte (ou pelo menos conhecido), mas tem muito desgaste, inclusive teve dificuldades  para se eleger deputado federal. Caso ele não tope, o plano B é Paulo Abi Ackel, que tem mais sobrenome que recall.

 

PL: dois nomes e um Bolsonaro em cima do muro.

 

Domingos Sávio e Eros Biondini são os pré-nomes do PL. Um se apresenta como articulador, outro com apoio evangélico e carisma gospel. A dúvida é: quem Bolsonaro vai ungir com seu toque de Midas. E mais: o PL vai negociar uma dessas vagas pra montar a chapa ao governo estadual?

 

Reginaldo Lopes: chega de abrir mão!

 

Sempre cedendo lugar para os outros — Dilma em 2018, Alexandre Silveira em 2022 — Reginaldo Lopes agora escuta no PT que "chegou sua vez, companheiro!". Com Lula de padrinho, o deputado pode finalmente disputar pra valer. Mas, no PT, tudo pode mudar numa plenária ou numa briga de tendência.

 

Duda Salabert: a candidata a tudo (menos a vitória)

 

Senado em 2018? 1,9%. Prefeitura em 2020? Pouco mais de 10%. Duda é cotada a disputar  o Senado de novo, mesmo mesmo confidenciando que prefere a disputa de deputada federal só pra bater meta de legenda. Pelo menos barulho ela faz.

 

Surpresas no radar: vem aí o "tertius"?

 

Ninguém se espantaria se Zema resolvesse entrar na disputa pessoalmente, ou se Alexandre Silveira também se apresentar. E como toda eleição mineira guarda uma carta na manga, quem sabe não aparece um "tertius"? Um nome neutro pra unir inimigos e confundir aliados. Vai vendo...