Reeleição: o Replay que Ninguém Pediu

Os riscos da reeleição,

quando o poder embriaga,

a crítica silencia

e a cidade vira palanque.

Ah, o segundo mandato… aquela continuação desnecessária de uma série que já perdeu o enredo no primeiro episódio. Mesmo que o prefeito tenha sido uma espécie de gênio administrativo na primeira temporada, o segundo mandato geralmente vem recheado de repetecos, falta de criatividade e o bom e velho "deixa como está pra ver como é que fica" ou então "sempre fizemos assim e dava certo, prá que mudar?". Afinal, como disse Albert Einstein (ou alguém que um dia passou perto dele): "insanidade é fazer a mesma coisa e esperar resultados diferentes".

"O Governo Sonolento: Segunda Temporada com Café Fraco"

Depois da euforia da posse, dos discursos emocionados e das promessas coloridas, o segundo mandato é um grande bocejo coletivo. A equipe que antes queria mudar o mundo, agora só quer mudar o canal. O entusiasmo vira tédio, o planejamento vira "depois a gente vê", e a cidade que antes sonhava, agora se contenta com o pesadelo.

"Populismo 2.0: Agora com Mais Açúcar e Menos Vergonha"

Nos dois últimos anos antes da eleição, o prefeito se transforma em mágico: desaparecem os problemas e surgem praças, lâmpadas de LED e inaugurações de banheiros com pompa de estádio e vídeos mirabolantes, caricatos e até alguns escatológicos. Medidas impopulares? Nem pensar! Se não der pra resolver, promete-se para a próxima encarnação administrativa. Governar com responsabilidade? Isso fica pra depois da urna.

"Silêncio, o Prefeito Está Falando (e Pagando Bem por Isso)"

Para garantir uma imprensa obediente, os cofres públicos se tornam patrocinadores oficiais da boa vontade jornalística. Críticas? Nunca nem vi. Denúncias? Só se for contra a oposição. E assim, o gestor cria sua própria bolha midiática, onde ele é a versão municipal de um semideus: onipresente, infalível e, claro, reeleito.

"Cargos, Contratos e Carinho: a Tríade da Blindagem"

Reeleição rima com proteção. O prefeito, já em campanha, transforma a máquina pública em um grande balcão de favores. Cargos brotam como mato em terreno baldio, e os contratos… ah, os contratos! São firmados com tanto afeto que até os fiscais ganham mimos — sejam eles salários, parentes ou "amores secretos". Tudo para garantir que a lupa da fiscalização fique permanentemente embaçada.

"Influenciadores de Ontem, Puxa-sacos de Hoje"

Os críticos ferozes das redes sociais? Aqueles que bradavam contra os desmandos? Basta uma vaguinha mesmo do milésimo escalão, uma verba ou uma promessa e pronto: viram fãs número um. Quem antes denunciava agora compartilha fotos do prefeito segurando bebê e plantando mudas. O canto da sereia virou um verdadeiro coral gospel do oportunismo desavergonhado.

"Reeleito? Agora Me Chame de Imperador"

Se antes o prefeito era acessível e sorridente, reeleito ele vira uma esfinge. Não responde mais à população, evita a imprensa (exceto a paga) e governa por decreto informal. A megalomania se instala, e com ela o distanciamento absoluto do povo que, coitado, ainda paga o IPTU com esperança. Quem incomoda com denúncias?  "Eu prendo e arrebento"!

"Candidatando-se a Ele Mesmo (e a Tudo que Puder)"

Quando o plano é abandonar o cargo pela metade para voos mais altos, o governo vira uma passarela de marketing. A cidade vira palanque, e quem se opõe é tratado como inimigo do Estado. Medidas administrativas? Abandonadas. O foco agora é conquistar votos em outra freguesia. E se precisar prender uns chatos no caminho, que mal tem? Guarda Municipal é pra isso. Manda quem pode e obedece quem tem Juizo! Se falhar? Tome carguinho (ou promoção) pro mano!

"Coincidências Incríveis (ou o Nome de Ninguém é Citado Aqui)"

Pelo risco da GCM me algemar, deixo claro que toda essa narrativa é puramente teórica. Nada disso acontece em lugar nenhum. Nenhum prefeito faz isso. Nenhum vereador é cooptado. Nenhuma rádio se vende. Nenhuma imprensa se ajoelha. E se você pensou em alguém ao ler esse texto… ledo engano! Foi só uma mera coincidência.

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