Vereador pede explicações sobre a verba para ADESC e a Paixão
Câmara aprovou ajuda de R$ 161 mil para a Associação; 50 atores vão receber R$ 450 cada
O vereador Edmilson Amparado questionou o seu colega Maurício Silva na reunião desta semana da Câmara de Passos sobre a proposta aprovada na Casa de ajuda para a ADESC Regional – Associação de Desenvolvimento Cultural promover a “Paixão de Cristo” neste ano em Passos. Pelo projeto aprovado pelos vereadores, a entidade vai receber da Prefeitura de Passos um repasse de R$ 161 mil.
“Na fala do vereador Maurício Silva na semana passada ele informou que a ADESC não responderá pela Paixão ao Vivo e que ela é apenas parceira da Prefeitura de Passos. Pelas suas palavras, o vereador traz um véu de suspeição para esse evento. Os senhores vereadores deveriam ouvir isso com bastante atenção, porque nós votamos o evento, a Paixão de Cristo. Mas quando ele diz que um ano é do Maurílio Romão, no outro é do Caju Ribeiro e do Pedrinho Silva e agora é do Chiquinho Negrão. Ora, a verba e para a ADESC ou para uma repartição para os amigos?”, questionou.
Para o vereador, essa suspeição precisa ser esclarecida: “Pois foi uma informação do líder do prefeito nesta Casa para a votação do projeto. Isto é extremamente preocupante, para não dizer que esse véu de suspeição pode ter nos levado a aprovar um projeto ilegal. Eu preciso dessas explicações: é uma repartição de verba entre amigos ou um chamamento público para a cultura? (...) Não podemos admitir essa ilegalidade se ela realmente existir”, afirmou.
LÍDER CONFIRMA FALA
Em resposta, o líder do prefeito na Câmara, o vereador Maurício Silva, disse que seu colega “certamente não tem familiaridade com a questão teatral de Passos”.
Ele explicou que no teatro existe a direção artística, “que é aquele que é o responsável pela seleção dos integrantes da peça, que dirige os ensaios e dá a sua visão para o espetáculo. Essa direção artística tem um revezamento em Passos para contemplar todas as pessoas que trabalham com a Paixão ao Vivo nos últimos anos que a atual gestão fez questão de contemplar. Assim, no primeiro ano foi contemplado Maurílio Romão; no segundo ano foram Caju Ribeiro e Pedrinho Silva e, neste ano será Chiquinho Negrão. Então é isso: uma coisa é direção artística e outra é a direção geral, que continua sob a responsabilidade da ADESC, responsável por dar toda a estrutura para o diretor artístico fazer o seu trabalho. Podemos convidar o diretor Chiquinho Negão para vir à Câmara dar mais explicações”, resumiu.
CACHÊ DE R$ 450,00
Ainda sobre a Paixão de Cristo – que neste ano vai custar aos cofres públicos R$ 161 mil a serem repassados à ADESC Regional, o jornalista Ézio Joele Filho revelou em sua coluna “Terraço” desta semana que, apesar de não se ter acesso à planilha de custos do evento, a única despesa conhecida é o cachê dos 50 atores. Segundo a sua apuração, cada um terá o direito a receber R$ 450,00, totalizando assim R$ 22.500,00.